Muitos de nós militantes da base e na base de defesa de direitos de cidadãos e cidadãs procuramos, hoje, alternativas para prosseguir na luta contra a exploração e a opressão. Muitos já se decidiram pela formação de um novo modelo de sociedade, onde consigamos consumir o fruto de nossas culturas, consumir o produto da venda da nossa mão de obra e as "maravilhas" que o capital nos oferece, no entanto permanecemos no MH2R por ainda enxergarmos possibilidades para disputar se não o desenvolvimento destas possibilidades, a militância no MH2R no sentido de desconstruir a leitura que o capitalismo é uma "maravilha", e construir uma plataforma que evidencie que o mesmo da com uma mão e tira com as duas. E há ainda os que, embora sejam descrentes dessas possibilidades, não estão convencidos de que reagrupar um novo MH2R seja a solução. No entanto, todos rejeitam o curso assumido pelo MH2R, e desejam mudar essa situação. Por isso, uma tarefa essencial hoje é romper a dispersão do MH2R.
Essas são as forças vivas que rejeitaram o abandono de princípios políticos e éticos, que crêem que a emancipação dos militantes, das posses, das associações e dos trabalhadores não virá de cima, mas será fruto da luta, organização e conscientização dos próprios.
Não lutar pelo reagrupamento, priorizar as diferenças em vez de buscar uma unidade de um campo anticapitalista e socialista, significaria jogar fora um patrimônio político da classe produtora de um conhecimento especifico, cultural, tecnológico e educacional, que foi conquistado a duras penas. Significaria dividir ainda mais o MH2R, estabelecendo uma separação superficial, apressada e artificial entre pretensos “revolucionários” e supostos “reformistas”. Já conhecemos bem o efeito do sectarismo e do doutrinarismo.
Temos, no campo da produção e participação das propostas, dentro e fora do MH2R, muito mais em comum do que se possa imaginar. Criar e trabalhar essa unidade exige um amplo debate político/pedagógico e de prioridades que aborde as causas que levaram a esta situação, inclusive os equívocos que cometemos durante mais décadas de luta. Um debate fraterno que incida sobre os projetos políticos e perspectivas da luta e da potencialidade de nossas ações.
Isso significa criar espaços amplos de debate e intervenção, significa criar um processo democrático e plural que incorpore a diversidade e os dilemas de um MH2R que precisa ser reiventado.
O reagrupamento do MH2R deve se dar na luta e entendimento do porque e por quem se luta
Mas para viabilizarmos o reagrupamento MH2R é necessário que nos lancemos à luta. Marx disse que um passo do movimento real é mais importante do que uma dúzia de programas, no nosso caso projetos, pois temos varios escritos e não efetivamos nada, nada, desde uma micro interveção na praça até uma simples visita aos projetos que estão em andamento, propostos e efetivados por militantes com as nossas caracteristica e muitas vezes (corro o risco de dizer, na maioria delas) não possuem o nosso acumulado intelectual e estrutural. No atual momento da Associação Cultural e Educacional Movimento Hip Hop Revolucionario a grande tarefa é a de recolocar a diretoria/membros militantes e fundadores/cidadãos, os movimentos sociais e demais parceiros no centro da arena do , porque quero, do que eu quero, do que posso fazer, do como vou fazer e com quem vou fazer.
Apenas a retomada de amplas mobilizações pode reverter o atual quadro de masidão e desmembramento do MH2R marcado pela vigência de ausencias, “diz que me diz” que favorecem a dispersão do coletivo e o esquecimento do MH2R.
Sabemos que, a continuar como está, não poderemos cumprir nem a metade de nossas promessas assinadas e protocoladas em cartório no formato Estatuto Social. Mesmo os setores que defendem as políticas do governo reconhecem que sem luta os trabalhadores continuarão perdendo. É a realidade que nos leva a (re)mobilizar, dentro de marcos que não “ameacem” o MH2R, bem entendido.
O papel do MH2R é o de impulsionar a ação independente dos potenciais locais, organizar a massa alienada nas mazelas e diretrizes pensadas de cima para baixo, que so violentam cada vez mais nossos iguais e muitas vezes nos mesmos, temos varios exemplos dentro da familia que embaixo dos nossos narizes estão enrando no mundo das drogas, prostituição, esmagamento de seus objetivos de melhora e acomodação em seus confortaveis mundinhos individuais e etc.
A intervenção comum de todos que ainda acreditam no MH2R, nas mobilizações de massa contribuirá para soldar o próprio processo de reagrupamento do mesmo. Não apenas em debates teóricos e políticos, mas na discussão concreta de propostas de intervenção para a efetivação de nossas aspirações enquanto militantes, artistas, produtores e/ou pensadores.
Finalmente, será uma oportunidade para discutirmos as causas que levaram à burocratização e ao esvaziamento das ações do MH2R, e ao mesmo tempo discutir como superar essa situação. É hora de resgatarmos experiências importantes do MH2R, e ao mesmo tempo procurar novas formas de luta e de organização.
O Novo MH2R
Se existem companheiros que permanecem no MH2R com a perspectiva de disputar politicamente os rumos do mesmo e a militância, também há outros muitos e muitas envolvidos na construção de uma nova alternativa. Não há necessariamente antagonismo entre essas duas perspectivas. Pelo contrário, é necessário criar pontes sólidas que permitam debates e ações conjuntas.
Entre as duas propostas do MH2R, creio que a da participação, engajamento e posicionamento de até onde posso ir são as que melhor refletem as necessidades e tarefas colocadas hoje, por ser uma vertente assentada sobre os pilares da defesa da democracia interna e da diversidade política, da defesa intransigente das bandeiras históricas e imediatas dos explorados e oprimidos e de princípios éticos e políticos condizentes com um projeto de emancipação social.
Não é um projeto que nasce pronto, mas sim um processo em aberto que conta com experiências e propostas diferentes. Acredito que essa aparente “indefinição” seja um fato negativo. Mas, longe de ser uma debilidade, é esse caráter aberto que permite a esse movimento a força de atração que vem aglutinando vários e varias combatentes.
Uma das razões dessa capacidade de atração está na própria característica da atual crise do MH2R. São pessoas que, apesar das diferenças, estão unidas na defesa de uma perspectiva ética, política e de luta contra o o esmagamento das vontades e da efetivação de nossas intervenções.
Ignorar simplesmente essas diferenças, através do método do simples acerto de cúpula, seria oportunismo barato. O MH2R não sobreviveria mais que alguns meses, dilacerado por contradições crescentes. Mas colocar as diferenças em primeiro plano, cindindo por antecipação o movimento, seria sectarismo estéril. A unidade do MH2R seria balizada por dogmas, ao invés de ser construída através de debates envolvendo o conjunto dos militantes e forças políticas, posses e associações parceiras.
Ao evitar essas armadilhas, incorporando e assumindo a diversidade ao invés de tratá-la como problema, a proposta que colocamos aqui é adota um caminho complexo, difícil, mas que é ao mesmo tempo, um desafio inédito na história do MH2R.
Há muito que se fazer, há equívocos a serem corrigidos. Mas é, sem dúvida, uma aposta que vale a pena assumir.
Temos que nos reagrupar, temos que nos abraçar e determinar porque que brigamos, discutimos, chingamos e nos abraçamos, o reagrupamento do MH2R se faz necessário.
Exijo um encontro determinante do coletivo, exijo que deixemos os discursos de lado, exijo que nos posicionemos como transformadores de realidades ou não, me dou o direito de exigir enquanto acredito na força desta organização, me dou o direito de exigir enquanto um ser social que propõe na angustia permanente da construção de possibilidades, me dou o direito de exigir a partir do momento que alguns jovens que a 10 anos atrás eu também via e não enxergava me mostraram com suas ações pontuais que a vida que eu estava levando iria naturalmente tirar outras vidas e conseqüentemente a minha, me dou o direito de exigir por acreditar que um outro mundo é possível e que somos as pessoas incumbidas pela história que construímos de efetiva-lo.
Eduardo
Bobcontroversista
Pensamos este espaço de socialização do conhecimento e/ou experiencias como um canal de transmissão de ideias , digamos revolucionarias, pois, as ideias padronizadas pela elite dominadora dos grandes meios de comunicação inviabilizam o acesso a tais informes ou desconstroem as possibilidades de extrojetarmos o que pensamos, sentimos e queremos como devolutiva de nossos esforços, sonhos, objetivos e transformações, então é sem medo de repressarias, de pensamentos pequeno burgueses que expomos neste espaço o que queremos e pensamos, repito.